sexta-feira, 2 de maio de 2014

Pontilhão



Pontilhão

Na madeira já carunchada
pontos negros fazem os desenhos
circulares, de vindas e idas
caricaturas num horizonte imenso

vidas que passam lado a lado
roçar de destinos idênticos
trilhas de pedras, o azul do lago
perpetuando o quadro, um Picasso
sem cores intensas

nas tábuas corridas
pés que andam descalços
lutam por cada passada
emoção que vale nem um centavo

e eu observo cada instante
letras por letras que não dizem nada
capto a existência em cada semblante
imóvel à beira da estrada.

Dhenova
29/3/2014

3 comentários:

  1. Pois sim, não importam como estejam os estados das pontes. O que importa mesmo são as pessoas que elas são capazes de conduzir de um lado a outro de suas querências. Lindo poema. Divulgando por outros becos...
    Abraços e lindo fim de semana!!!

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    1. Grata demais, Malu!!!

      Beijão de bom final de semana

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  2. Andréa, estou levando este poema para postar na Academia Virtual de Escritores Clandestinos (facebook). Abraços

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