Meu Intento
Não estou para falar de amor
se ele ainda não dói
nem rói
e nem pede flor
Não há flores na minha poesia
pois as arrancadas são mortas
são decoração de sepultura
e meu poema é heresia
Conheço esse tal de amor
não encontrei deus algum
e amor e deus
até podem ser compatíveis
mas não dependem um do outro
o único ponto em comum
eles não são invencíveis
Não falarei de coisas
que desconheço
pois o meu apreço
é pelo amor que sinto
e não devo a uma criatura
que o senso comum insinua
e minha cabeça não atura
Minha escrita é a riqueza
que colho do meu presente
mesmo que seja inventado
pois poeta mente
mas não se faz ausente
e eu não vivo de passado
nem me dedico à tristeza
só quando fico parado
Grito contra o que abomino
e não suporto determinismo
minha ferramenta é o poema
e meu alvo é o sistema
Sou tipo existencialista
meio insano
meio analista
falso moralista
talvez sartreano
tenho a marca da história
todo gaúcho é artista
e sou pampeano
com muita honra e glória
Sou amigo da filosofia
e esta não é feita de fadas
nem gnomos e crenças
nem de almas penadas
ou universais desavenças
Eu vim aqui escrever poesia
e isso para mim
não é só brincadeira
pois no fim
o que consume energia
é o abre e fecha
da porta da geladeira.
Wasil Sacharuk
Já que somos poetas marginais por não termos ainda projeção, resolvemos então sê-los totalmente, no poema, conto, crônica e todo o mais. Ah, marginalidade inglória! Por que nos marcais tão cruelmente? Ai, caramba, que dramático! Quem vier, verá que não merecemos esta pecha que nos dão(emos). Nós brilhamos e talento não nos falta. Estamos à margem da Literatura e a ela integrados por inteiro. Já que nos faltam os mecenas, que hoje só promovem o ridículo, vamos à luta com nosso talento!
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