Meu Intento
Não estou para falar de amor
se ele ainda não dói
nem rói
e nem pede flor
Não há flores na minha poesia
pois as arrancadas são mortas
são decoração de sepultura
e meu poema é heresia
Conheço esse tal de amor
não encontrei deus algum
e amor e deus
até podem ser compatíveis
mas não dependem um do outro
o único ponto em comum
eles não são invencíveis
Não falarei de coisas
que desconheço
pois o meu apreço
é pelo amor que sinto
e não devo a uma criatura
que o senso comum insinua
e minha cabeça não atura
Minha escrita é a riqueza
que colho do meu presente
mesmo que seja inventado
pois poeta mente
mas não se faz ausente
e eu não vivo de passado
nem me dedico à tristeza
só quando fico parado
Grito contra o que abomino
e não suporto determinismo
minha ferramenta é o poema
e meu alvo é o sistema
Sou tipo existencialista
meio insano
meio analista
falso moralista
talvez sartreano
tenho a marca da história
todo gaúcho é artista
e sou pampeano
com muita honra e glória
Sou amigo da filosofia
e esta não é feita de fadas
nem gnomos e crenças
nem de almas penadas
ou universais desavenças
Eu vim aqui escrever poesia
e isso para mim
não é só brincadeira
pois no fim
o que consume energia
é o abre e fecha
da porta da geladeira.
Wasil Sacharuk
Já que somos poetas marginais por não termos ainda projeção, resolvemos então sê-los totalmente, no poema, conto, crônica e todo o mais. Ah, marginalidade inglória! Por que nos marcais tão cruelmente? Ai, caramba, que dramático! Quem vier, verá que não merecemos esta pecha que nos dão(emos). Nós brilhamos e talento não nos falta. Estamos à margem da Literatura e a ela integrados por inteiro. Já que nos faltam os mecenas, que hoje só promovem o ridículo, vamos à luta com nosso talento!
terça-feira, 27 de maio de 2014
BELA, LINDA...
Bela... bela... bonita...
Bonita... linda... linda...
Bela como a noite quieta
A cantar silenciosa
Aos corações enamorados.
Bela... bela... linda...
Loura como o sol dourado
A ornar as praias, praças
E ruas da cidade.
Seus olhos verdes parecem um mar de águas amenas
Repousando na paisagem,
Encontrando o céu claro
Na linha do horizonte.
Barão da Mata
sábado, 24 de maio de 2014
Tafuio
Tafuio
Passei o dia trucorretruco
meio maluco
num completo desluio
desagravei um conluio
almocei qualquer treco
com arroz pescosseco
alvorotei um sucesso
e esqueci o circunflexo
que define o sexo
passei um dia bem louco
num sol bocomoco
cismado e tafuio.
Wasil Sacharuk
www.wasilsacharuk.com
sexta-feira, 23 de maio de 2014
EM TI HABITO...
Mora em ti meu coração,
as mãos quentes
e as partes da minha solidão.
És o abrigo dos meus fantasmas...
O quarto, a sala,
o extenso corredor.
Meus olhos vão pelas tuas janelas...
Meus passos alcançam tuas portas.
Moram em ti as comportas abertas do meu riso,
a vazante dos meus prantos.
Dorme em ti todo meu encanto,
na cama macia do teu peito.
Mora em ti meu corpo,
enroscado no teu,
sob os lençóis do teu íntimo leito.
Em ti descansa meu pensamento.
Em ti esfrego meu perfume,
espalho meus sonhos,
dissolvo meu tormento... meu lume.
Habito em ti a alma,
a lua branca,
o verso,
a cor,
o meu sabor...
E, por habitar em ti,
são meus os teus jardins,
teus lagos, tuas fontes,
tuas cascatas coloridas...
Concha com mil pérolas,
pelos mares perdida.
Habito em ti o mais profundo som da minha voz,
os meu olhos cheios de lembranças.
Em ti a fuga...
A procura...
A loucura...
Tua morada,
casinha branca, docemente caiada.
És tu, o homem que me acolhe,
fazendo-me renascer como rosa azul.
Em ti habito
aquilo que em mim parece perdido
do Norte ao Sul.
Malu Silva
segunda-feira, 19 de maio de 2014
MEUS ÍDOLOS
Não, os meus ídolos jamais foram deuses:
Nunca passaram de meros seres humanos
Com todas as fragilidades e seguranças,
Maldades, bondades, torpezas, nobrezas,
Tudo aquilo que é próprio dos homens.
Nunca foram nada, nada mais do que gente
E por terem, em sua arte, com muita arte,
Aludido às coisas de gente, manifestado coisas de gente,
Sempre foram em sua pequenez extremamente elevados.
E, ainda, porque sempre me fascinaram
Com sua obra divina, miraculosa e alta,
É que, reles, mostraram-se deuses mais deuses
Que a minha parca noção de deuses pode conceber.
Barão da Mata
sábado, 17 de maio de 2014
Água Que Guia uma Águia
Água Que Guia uma Águia
(27/9/10)
Vejo rebento rapina,
Que em ondas e ventos chegou;
Fez do mais velho, menino,
E a discórdia enterrou.
Nasceu do amor impregnado,
Uma busca que nunca teve fim;
Chuva e semente, cultivado,
Verde, forte, capim.
Cresce e se alastra com brilho,
Bate suas asas de Pégaso;
Voa por entre palácios,
Desperta nas nuvens seu filho.
Aurora de paz, sentinela,
Seus olhos fitam o amor;
Orquestra um grito de guerra
Na companhia de um condor.
Vejo de baixo incrível beleza,
Derramo sem piedade meu pranto...
Sem jeito, mas com sutileza,
Viro, caminho e canto.
André Anlub®
Classes
Classes
Cansei do adjetivo perdido
verbo de ação não me deixa animada,
necessito de posição
seja ela em próclise ou ênclise, ou nada
das confusões só quero a benção da distância,
e a paz na caminhada
Cansei dos pronomes pessoais
retos, oblíquos, de tratamento
eu, tu, ele, nós, elas, ai,
cansei de tanto tormento
Cansei dos possessivos
minha, tua, nossa etc
cansei dos tantos vícios
e vi na janela aberta
tela descoberta, uma amostra
espelho da covardia...
todavia senti falta
dos substantivos concretos
também de alguns nexos
ah, fixação pelos objetos diretos
esquecida dos complementos
eu ainda fiquei
foram tantas as preposições
que passei a querer o que me consumia
e me fiz arremedo sem segredo
orações subordinadas e ainda partidas
um caos na sintaxe da vida... é, eu tive medo
hoje sou frase em ordem direta
emoção calada profundamente, diversa
coordeno intenções como quem
apenas escreve num diário
e tenho a ousadia,
pela menos uma vez por dia
de tentar escrever poesia.
Dhenova
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Conversão
CONVERSÃO
Dhenova
O hall de entrada do apartamento tem a luz acesa. No chão, o carpete, antes cinza, mostra manchas redondas mais escuras, quase pretas. O mofo nas paredes forma figuras abstratas e caminhos sinuosos. Não há móveis no hall de entrada do apartamento.
Na primeira porta à direita do hall de entrada do apartamento está a cozinha. A parede da esquerda mostra a marca deixada por uma geladeira e um armário e, em frente, a de uma mesa com um fogão de duas bocas. O cheiro de gordura ainda pode ser percebido. Não há móveis na cozinha do apartamento.
Na segunda porta à direita do hall de entrada do apartamento está um dos quartos. Nesse quarto não existem marcas nas paredes, apenas o cheiro do talco para bebê ainda permanece. Não existem móveis nesse quarto.
Após a primeira e a segunda porta aparece a sala, toda distribuída à direita. Na parede que segue o corredor há marcas de três quadros retangulares. Na parede em frente, abaixo da janela de madeira, manchas de pó no branco amarelado mostram onde estava o sofá e as duas poltronas. Não há móveis na sala do apartamento.
Seguindo o hall de entrada do apartamento, na porta à esquerda, está o banheiro. Um sabonete e um xampu, já abertos, estão no chão. Uma barra de metal apara os puxadores de plástico. O vaso sanitário está com a tampa levantada. Não há espelho no banheiro do apartamento.
Na última porta do hall do apartamento está o segundo quarto. Nele, uma cama de solteiro, coberta apenas com um lençol, exibe um travesseiro sem fronha. No lado direito da cama, duas caixas de papelão estão fechadas. No lado esquerdo, em cima do criado-mudo, um pente e a fotografia de um bebê, vestido de rosa, estão colocados lado a lado. Não há mais móveis no segundo quarto da última porta do hall do apartamento.
Dhenova
Ponte para o retiro´
Ponte para o retiro´
Quero cruzar pela ponte
que interliga horizontes
que leva ao céu tal escada
e se enrosca na crosta do mundo
lá no fim disso tudo
e lá encontro o início do nada
Quero andar acima das estradas
dos asfaltos, vielas e trilhos
verei sedentários e andarilhos
dormindo nos cantos das ruas
estarei muito próximo à lua
com a mente resignada
Quero uma alma elevadiça
que tenha visão privilegiada
enxergar de longe a injustiça
as mentiras e a cobiça
e a dignidade ultrajada
decerto eu já vi isso antes
Quero montar elefantes
não deixar as minhas pegadas
gravadas pelos caminhos
para evitar as emboscadas
dos espíritos dissonantes
e trilhar o universo sozinho.
Wasil Sacharuk
Lagrima
Quem vê o sorriso derramado
Pelo semblante
Não vê a lagrima que parada
nos olhos que
vai escorregando devagarinho
para dentro do coração .
A lagrima não esta brindando
a alegria .
Esta sim tentando aliviar a dor
do desamor.
( Leda AO Franco) 16/05/2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
FIM DE TARDE...
Observo a tarde que vai bela e desvanece à minha frente, pelas frestas da janela.
Bailam em meus olhos tímidas pinceladas... tons pálidos talvez, pois não sei se são meus olhos que olham brilhantes e atentos à noite que cai ou se é o próprio entardecer que me olha.
Ah! Estes instantes entre a tarde e o anoitecer - magia que corre alheia ao vai-e-vem de todo o resto do dia.
Nestas horas divago no vago, invadida de deslumbramento, num desalento de estra-se só, acomodada entre as companhias.
Neste momento sou absolutamente solitária - solidária aos pássaros que entoam o romper do pôr-do-sol.
Malu Silva
quarta-feira, 14 de maio de 2014
O SENTIMENTO DENTRO DE MIM
O sentimento que tenho em mim
É tão sereno como os acordes
Das melodias enamoradas
Das noites calmas e enluaradas.
É tão sereno como os acordes
Das melodias enamoradas
Das noites calmas e enluaradas.
O sentimento que canta em mim
Parece pluma, saudade leve,
É sinfonia de querubins,
É acalanto, relva, jardins.
Parece pluma, saudade leve,
É sinfonia de querubins,
É acalanto, relva, jardins.
O sentimento que pulsa em mim
Tem a quentura de um aguardente,
Pura tequila, conhaque, gim,
É labareda, lábios carmim.
Tem a quentura de um aguardente,
Pura tequila, conhaque, gim,
É labareda, lábios carmim.
O sentimento que grita em mim
É queda d'água, é turbilhão,
Mar em ressaca, chuva sem fim,
Banda com tuba, tambor, clarim
O sentimento que canta em mim,
Um sol candente dentro de mim.
É queda d'água, é turbilhão,
Mar em ressaca, chuva sem fim,
Banda com tuba, tambor, clarim
O sentimento que canta em mim,
Um sol candente dentro de mim.
Barão da Mata
terça-feira, 13 de maio de 2014
Sem passagem
Sem passagem
Ando abismada
com tanta criatividade
histórias fantásticas
em plena madrugada
ando vendo dois e dois
e achando até quatro
comendo feijão com arroz
e esquecendo da batata
ando estupefata
em viagem sem passagem
este falta de bagagem
coisa e tal que farta
ando rindo sozinha
apesar da imaturidade
sem essa de vida vazia
não aceito má sorte
ando certa do que quero
amor, sinceridade, carinho
nada menos do que isso
é o que espero do caminho.
Dhenova
www.dhenova.com
www.dhenova.com
Voo de Sangue
Voo de sangue
Olho à janela, o negro esconde o muro, sinto o peito aberto, vísceras à mostra, no lugar do coração apenas um buraco. Sei que foi minha a mão que cortou, fez um triângulo, fatiou os pedaços, espalhou ao vento, sangrou veneno... um clichê é o que sinto, isto também sei.
Fico esperando a brisa, paciente, enquanto a cicatriz ainda permanece inconsequente, como o eco das paredes nuas, rachaduras emboloradas, minha cama e a tua... mas ainda há candura e um outro céu, eu sei, e é só no que acredito...
A manhã rompe num rasgo, busco tua mão inconsciente, no teu abraço sinto-me quente, e me aconchego, me acho e te vejo tão frágil, quisera não ser mais um peso, então me afasto...
Volto à janela, é manhã alta, neste instante, uma borboleta amarela faz seu voo, encontra a emoção, leva para longe a dor... que esqueceu de dar adeus, seguiu feliz com seu jeito encantado, ainda olhando pra trás de vez em quando e acenando obscena, deixando o todo de lado.
Dhenova
segunda-feira, 12 de maio de 2014
E se for pecado?
recitado por Dani Maiolo
E se for pecado?
Dos pecados não me arrependo
sou desobediente
ovelha infiel
o avesso do crente
Me faço purificado
não sou o criador
nem manipulador
do motor imóvel
adulterado
Nenhum pecado confesso
não sou penitente
minha água benta é ardente
mantenho meus vícios
meus ofícios
meus artifícios
a reza de trás para frente
no rosário de uma serpente
E gosto de dinheiro, muito
de boa comida
da vida bebida
algum excesso...
algum descontrole...
E continuo irado
depravado
odiado
rancoroso
raivoso
luxurioso
preguiçoso
nada caprichoso
soberbo...
implacavelmente soberbo
Qual beato abençoado
me fará dizimado
por uma ameaça ridícula
de um medo infundado?
E se for pecado?
Não é problema meu...
me sinto agraciado
por tudo que a vida me deu.
Wasil Sacharuk
Mãe dos libertos
Mãe dos libertos
Lá tem tudo e é para quem tudo quer mesmo,
Tem aconchego para moleque travesso,
Também tem o avesso da escuridão.
Tem aquele odor de fruta madura
Que quando ainda verde lhe coube o flerte,
E assim, de repente, pousa contente,
Saborosamente na palma da mão.
Lá tem história com nostalgia,
Tem o poder da cria num belo cordão.
Tem lá o calor e águas de vida,
E intensa ventania, mas só quando há fervor.
Lá tem a mãe, tem a vó e a filha,
Tem a imaculada magia – reencarnação.
Existe o amor – alegria – harmonia,
Existe o sim e o certo ao ensinar com o não.
Enfim lá temos tudo na fidúcia e afetos
Aos olhos do reto (segurança e abrigo);
Onde prevalece a bonança não há oprimido,
Genitora dos deuses, mãe dos libertos.
André Anlub®
(10/5/14)
domingo, 11 de maio de 2014
Sabedoria de Mãe
Uma certa nostalgia me impele,
subo até a varanda, o meu mirante,
a lua quarto-crescendo a terra ilumina...
De repente, por pura magia, tudo para
e uma lembrança se insinua na mente...
(......)
Pra que tanto verso, tanta pantomima pra que?
Minha mãe, estou tão perdido na incerteza:
será que os meus versos chegarão até você?!...
subo até a varanda, o meu mirante,
a lua quarto-crescendo a terra ilumina...
De repente, por pura magia, tudo para
e uma lembrança se insinua na mente...
Minha sina estava sendo testada;
nunca imaginara nada igual: que saudade
inundaria desse jeito a minha alma!
Num filme, as cenas da minha infância
eu vi, uma a uma, em minha tela mental...
Busquei naquele céu todos os indícios:
a tarde calma se quedava de cansaço
e o azul foi se transformando em breu.
Vi-me no colo dela, na escada da sala,
era um presente que não tive, um afago.
Tremi, perdi a fala e senti-me redimido:
toda carência e sufoco acumulados
por tantos anos, daquele tempo até aqui!
Um espaço oco se abriu dentro de mim
e um certo alívio seguiu-se àquele susto.
Quanta coisa aprendi com com ela!
A sabedoria vinha em lições diárias:
"depois do inverno vem a primavera;
tudo passa e o tempo-rei é eterno,
a dor é passageira, a cura sempre vem!
Faça sempre o bem, sem ter vacilo;
tudo tem um custo, nada é de graça;
além dos palpites, os anjos dizem amém!
Esteja sempre disponível, doe seu tempo
que o vento sempre traz a recompensa...
Todo valor é medido em intensidade:
busque uma vida livre, alegre e imensa!
O porvir é dom e propriedade do Alto:
o incauto adia tudo e chora arrependido...
Viva o agora, olhe pra cima, agradeça!.."
Porém, uma dúvida rondou-me a seguir:
O que era tudo aquilo? Quem era eu?
De onde vim, o meu motivo qual era?
De que vale o estilo, a busca da beleza,
se esta rima não servirem de lenitivo?
nunca imaginara nada igual: que saudade
inundaria desse jeito a minha alma!
Num filme, as cenas da minha infância
eu vi, uma a uma, em minha tela mental...
Busquei naquele céu todos os indícios:
a tarde calma se quedava de cansaço
e o azul foi se transformando em breu.
Vi-me no colo dela, na escada da sala,
era um presente que não tive, um afago.
Tremi, perdi a fala e senti-me redimido:
toda carência e sufoco acumulados
por tantos anos, daquele tempo até aqui!
Um espaço oco se abriu dentro de mim
e um certo alívio seguiu-se àquele susto.
Quanta coisa aprendi com com ela!
A sabedoria vinha em lições diárias:
"depois do inverno vem a primavera;
tudo passa e o tempo-rei é eterno,
a dor é passageira, a cura sempre vem!
Faça sempre o bem, sem ter vacilo;
tudo tem um custo, nada é de graça;
além dos palpites, os anjos dizem amém!
Esteja sempre disponível, doe seu tempo
que o vento sempre traz a recompensa...
Todo valor é medido em intensidade:
busque uma vida livre, alegre e imensa!
O porvir é dom e propriedade do Alto:
o incauto adia tudo e chora arrependido...
Viva o agora, olhe pra cima, agradeça!.."
Porém, uma dúvida rondou-me a seguir:
O que era tudo aquilo? Quem era eu?
De onde vim, o meu motivo qual era?
De que vale o estilo, a busca da beleza,
se esta rima não servirem de lenitivo?
(......)
Pra que tanto verso, tanta pantomima pra que?
Minha mãe, estou tão perdido na incerteza:
será que os meus versos chegarão até você?!...
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito em 09/05/2013, em Varginha-MG, às 18:42 h
lagrima
O barulho de uma lagrima de saudade
quebra o silencio e a paz de um coração apaixonado
(Leda AO Franco) 11/05/2014
quebra o silencio e a paz de um coração apaixonado
(Leda AO Franco) 11/05/2014
sábado, 10 de maio de 2014
PARA SER FELIZ
Pra que eu veja brilhar a esperança,
É preciso a tua presença
E os teus braços de afeto pra mim.
Pra que o dia amanheça bonito,
É preciso uma noite cálida
E os teus olhos de mar nos meus.
Pra que o canto não seja inaudito,
É preciso que a mim tu te entregues
Num querer, num afã sem limite.
Pra que a vida pareça folia,
É preciso que um só nós sejamos,
Que vibre em meu peito a alegria do teu.
Barão da Mata
sexta-feira, 9 de maio de 2014
VERSOS COM OLHOS DUROS DE PEDRA
Escrevi pra vocês uns versos
Que falam de minha visão do mundo.
Versos que não encerram beleza,
Versos que não sugerem leveza
Ou que possam a alma adoçar;
Mas que foram escritos co’a tinta
Da nua, crua, perversa,
Da fria realidade.
Versos sem sonho, esperanças ou o riso
Mais tímido entre todos os risos;
Versos que nada desejam,
Mas que somente constatam.
Versos despidos de adornos,
Versos tão duros e ríspidos,
Que nem ousam se lamentar,
Que não sabem sequer prantear.
Versos cruéis de tão rudes,
Cruéis como o médico que anuncia
Ao paciente a proximidade da morte.
Versos com olhos duros de pedra
E com certo rubor de ódio;
Versos de carrancudo semblante,
Versos de impiedosa verdade.
Que falam de minha visão do mundo.
Versos que não encerram beleza,
Versos que não sugerem leveza
Ou que possam a alma adoçar;
Mas que foram escritos co’a tinta
Da nua, crua, perversa,
Da fria realidade.
Versos sem sonho, esperanças ou o riso
Mais tímido entre todos os risos;
Versos que nada desejam,
Mas que somente constatam.
Versos despidos de adornos,
Versos tão duros e ríspidos,
Que nem ousam se lamentar,
Que não sabem sequer prantear.
Versos cruéis de tão rudes,
Cruéis como o médico que anuncia
Ao paciente a proximidade da morte.
Versos com olhos duros de pedra
E com certo rubor de ódio;
Versos de carrancudo semblante,
Versos de impiedosa verdade.
Holograma
Holograma
Tinha tudo para ser um buraco negro
mas não era
colorido ao extremo
tinha pontos e círculos
e se enrolava em si
num abismo
Tinha tudo para ser um absurdo
mas não era
um caminho às avessas
que dava para lugar nenhum
Era, na realidade, comum
um frágil e distorcido
holograma
sem começo nem fim
fazia parte
de um universo febril.
Dhenova
Tinha tudo para ser um buraco negro
mas não era
colorido ao extremo
tinha pontos e círculos
e se enrolava em si
num abismo
Tinha tudo para ser um absurdo
mas não era
um caminho às avessas
que dava para lugar nenhum
Era, na realidade, comum
um frágil e distorcido
holograma
sem começo nem fim
fazia parte
de um universo febril.
Dhenova
quinta-feira, 8 de maio de 2014
SE A TRISTEZA VIER
Se a tristeza lhe quiser destruir o apego à vida,
Viva como se fosse adolescente novamente,
Como abrisse o peito ao vento e no vento pressentisse
O nascer de um tempo cheio de alegria colorida.
Viva como fosse inda capaz de ter sonhos descabidos
E ante o mundo um olhar juvenil e tão perplexo...
Viva como se fosse adolescente novamente,
Como abrisse o peito ao vento e no vento pressentisse
O nascer de um tempo cheio de alegria colorida.
Viva como fosse inda capaz de ter sonhos descabidos
E ante o mundo um olhar juvenil e tão perplexo...
Viva como se pudesse apaixonar-se loucamente,
Como inda fosse menino a brincar de pés no chão;
Como ainda na iminência da primeira entre as orgias.
Vibre qual diante de uma princesa vulgar ou refinada
A despir-se, decidida a saciar os seus desejos.
Como inda fosse menino a brincar de pés no chão;
Como ainda na iminência da primeira entre as orgias.
Vibre qual diante de uma princesa vulgar ou refinada
A despir-se, decidida a saciar os seus desejos.
Beba e se embriague, esquecendo a esteatose,
Como fosse novamente pura flor da juventude
E se visse cobiçado pelas jovens da boate.
Como fosse novamente pura flor da juventude
E se visse cobiçado pelas jovens da boate.
Sinta como um cheiro de poema lhe viesse abrir as ventas
E invadir essa alma queda para dela se apossar,
E fazê-lo desejoso de um amor desmesurado.
E invadir essa alma queda para dela se apossar,
E fazê-lo desejoso de um amor desmesurado.
Viva como fosse a dura vida uma festa tão somente,
Qual tivesse passarinhos a brincar nas suas mãos,
Qual pudesse pôr no mar os pés todos os dias
E sua alma não sentisse dor jamais.
Qual tivesse passarinhos a brincar nas suas mãos,
Qual pudesse pôr no mar os pés todos os dias
E sua alma não sentisse dor jamais.
Barão da Mata
UM DIA EM BRANCO...
Vento
Que me pede alento
Entre as tempestivas ondas
Seca-me o pranto
Enxuga as minhas roupas dos varais
Leva para os campos
As sementes de girassóis
Vento
Que me roubas a dor
O sabor da baunilha
Do amor a partilha
Vento
Que iça as velas
Bate os sinos das capelas
Filho doce das ventanias
Que me toma do peito
As insensatas vilanias
Que marcam meus dias
Quando não me toca o rosto
Quando sou puro desgosto
A esperar que me liberte do mal
Vento
Que assovia em dueto com os passarinhos
Que derruba e varre as folhas dos outonos dos ninhos
Vento
Colorido
Festivo
Deixa-me no abandono
Deixa-me solta
A completar a seara
Vento
Amigo
Ouça meu coração
Ele é grande e não tem fronteiras
Vento
Forte
Cura-me os machucados
As nuvens negras
Viajantes dos céus nublados
Seja lenitivo
À minha paz por instantes
Vento
Uivante
Vento
De sussurros
Diga aos meus ouvidos
Somente palavras de amor
Somente o nome da flor
Que poderá guiar meus passos
Vento
Devasso
Companheiro dos trovões
Abra as cortinas das minhas janelas
Tire da casa as poeiras velhas
Escancare os portais dos meus sonhos
Torna frio os olhos
Compassiva a mente
Vento
Transparente
Entre desapercebido
Pois nada desejo para agora
Apenas si
Oh! Vento
A transformar-me folhas em branco
Onde possa escrever uma história
Novamente
Malu Silva
terça-feira, 6 de maio de 2014
A AMANTE DAS ARTES
Um poeta pousou na minha minha vida
E saiu batendo asas logo após.
Ficou tudo cru, tão rude no meu mundo...
Um flautista tocou lindo em meus momentos,
Mas durante um tempo inda menor.
Fez de mim não mais que só silêncio.
Um sambista fez folia nos meus dias
E sumiu com seu pandeiro de repente.
Fez de minha alegria meras cinzas.
Um palhaço trouxe graça à minha vida
E num mês partiu pra sempre com seu circo,
E eu chorei convulsamente por bons dias.
Um ator representou sol renascido,
Mas dois meses foi o tempo que ficou.
Nem consegui dissimular a dor tamanha.
Um pintor me veio e coloriu-me a existência,
Mas partiu com suas telas em seis meses.
Fez minh'alma tão cinzenta e tão sem cores...
Vem chegando um paisagista à minha estrada
E vai fazê-la bela, ornada e floreada,
Tenho esperanças que pra todo, todo o sempre.
Barão da Mata
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Prefácio
Prefácio
Fazer um prefácio
não é fácil
é algo que prende no lastro
tal algo
tanto falso
eis que se abriu cadafalso
entre laços entre laços
nos requebros dos meus rastros
a poetar alabastros
entre a claustrofobia
e o espaço
e depois servir no antepasto
um pouco de pão com poesia
ai quem me dera um dia
eu cair nos teus braços
depois que juras bandeira
em meu mastro
a bolinar brincadeiras
a arrebentar os esgaços
fazer rasgos
tal quem rasga
a folha da alface
num disfarce
sensual e macabro
e quem me dera eu abro
o meu rabo
a um dedo de poesia
daquelas
que me convence
e ainda pense o que pense
sem eurekas e sem cautela
a segurar o candelabro
enquanto queima a vela
se bem que fazer um prefácio
não é fácil
é algo que prende no lastro
tal algo
tanto falso.
Wasil Sacharuk
sábado, 3 de maio de 2014
PELAS JANELAS...
O dia
A noite
Manhã ou entardecer
As lágrimas curtidas na memória
O conto
A história
O jardim do quintal a florescer
O moleque jogando futebol
As cortinas descoloridas
Os olhos à espreita
De alguém, lá fora, ser suspeita
O frio
O calor
Todos os momentos
Todas as estações
Réstias de luzes
O cachorro
O gato
O fato
Que todos os dias se esconde
Atrás ou à frente das janelas
Janelas abertas
Fechadas
Redondas
Quadradas
Janelas dos apartamentos
Das casas térreas
Dos sobrados
Das mansões
Dos barracos
Tanto faz!
Pois quem olha
São os olhos
Daqueles que não conseguem
Ver mais
Além, do além que atém
Todos aqueles que olham
Pelas janelas
Em meio ao escudo das cortinas
A infinita miséria
Malu Silva
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Pontilhão
Na madeira já carunchada
pontos negros fazem os desenhos
circulares, de vindas e idas
caricaturas num horizonte imenso
vidas que passam lado a lado
roçar de destinos idênticos
trilhas de pedras, o azul do lago
perpetuando o quadro, um Picasso
sem cores intensas
nas tábuas corridas
pés que andam descalços
lutam por cada passada
emoção que vale nem um centavo
e eu observo cada instante
letras por letras que não dizem nada
capto a existência em cada semblante
imóvel à beira da estrada.
Dhenova
29/3/2014
quinta-feira, 1 de maio de 2014
CANÇÃO QUE ME ARREBATA
Ah(!), canção que me arrebata(!),
Ignoro tudo à volta,
Só me ocupo de você.
Eu bem sei que existe o mundo,
Mas me atei às suas notas
Com meu tédio e minha dor.
Agarrei-me à melodia,
Às lembranças e cenários
Onde a letra me lançou.
De você fiz um abrigo
Pro meu peito entristecido:
Não termine, fique eterna,
Me mantenha nos seus braços
E, se o mundo está lá fora,
Não permita ao mundo entrar.
Barão da Mata
Ignoro tudo à volta,
Só me ocupo de você.
Eu bem sei que existe o mundo,
Mas me atei às suas notas
Com meu tédio e minha dor.
Agarrei-me à melodia,
Às lembranças e cenários
Onde a letra me lançou.
De você fiz um abrigo
Pro meu peito entristecido:
Não termine, fique eterna,
Me mantenha nos seus braços
E, se o mundo está lá fora,
Não permita ao mundo entrar.
Barão da Mata
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