quarta-feira, 23 de abril de 2014

ÁGUAS DA PRIMAVERA...


Depois de anos, as cigarras saem do fundo da terra e cantam a melodia que, com a morte, se encerra.
Explodem em canções quentes que voam pelo ar em fios transcendentes...
As asas soltas, libertas da vida contida,
O som guardado em caixinhas de veludo, revestidas.
E, a formiga, sua amiga, pára a escutar o concerto efêmero.
Entre a seiva das árvores tecem a consonância do Universo.
Formigas cortam folhas e roubam sementes de outras lavouras...
Cigarras voam... e cantando inundam de luz o silêncio.
A sinfonia da Vida é ouvida por aqueles que mergulham no imperceptível,
No invisível horizonte perdido à frente
E que, por um momento, afundam nas águas transparentes da Primavera.

Malu Silva




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