segunda-feira, 21 de abril de 2014

A DANÇARINA

Se a poesia brotasse
De repente
Em plena Rio Branco,
Na forma de uma bailarina
Que dançasse lascivamente enquanto
Se despisse por inteiro,
Dando ao vento os sete véus,

Seria preciso
Desviar o trânsito e recolher
Ao xadrez os transeuntes,
Por serem torpes e perversos
E por isto
Atentarem ao pudor.

Seria preciso chamar os libertinos,
Os palhaços, os circenses,
Os irreverentes
E os cantores loucos
Pr'eles isolarem num cordão humano
A encantada moça,
Que assim poderia,
Pura, sublime,
Saltitar em paz.


Barão da Mata

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